sexta-feira, dezembro 31, 2010

Someday I will walk away and say, “You disappoint me"

Nem tudo são flores. E 2010 trouxeram algumas decepções, e é sobre elas que nós vamos falar aqui. Mas primeiro, é preciso deixar bem claro que está não é uma lista de piores do ano, mas sim de desapontamentos, algo que você espera muito e, ao final, fica um gostinho amargo da decepção.

Álbum

Tivemos muita coisa ruim este ano, mas muita mesmo, mas a maior decepção do ano veio justamente daquela que é, para mim, a maior de todas: Sheryl Crow. Não é segredo para ninguém que eu a adoro, tenho todos os seus álbuns, mais uma porrada de bootlegs e singles, além de DVDs e MP3s, desta forma qualquer lançamento dela é, para mim, uma alegria. Porém, o 100 Miles From Memphis foi decepcionante. De longe, o pior álbum dela, com umas influências bizarras que eu nem sei definir e uma cover irritante do Jackson Five. É tão ruim que eu ainda nem tive coragem de comprar o original pra coleção.



Filme

Esta é uma escolha complicada, pois eu não vi muitos filmes este ano e, os que eu vi, a grande maioria eu gostei. Os filmes que eu nutria alguma expectativa, eu gostei, como Zumbilândia, Machete, Príncipe da Pérsia e Nosso Lar, então, partindo por essa linha de pensamento, o que me decepcionou um pouco foi o Scott Pilgrim. Certo, não foi um mega desapontamento como foi o Indiana Jones e a Caveira de Cristal, mas acho que ficou faltando algo.



Série

Outra complicada, pois eu não experimentei muitas sérias novas este ano, já que estou acompanhando um monte, mas acho que o nível de desapontamento pode ser medido pelo fato dos episódios de uma série estarem baixados no seu computador, mas você sempre arrumar uma desculpa para não assisti-los, sempre baixando uma nova. E neste ponto eu escolheria a Life Unexpected. Ela começou muito boa mas, principalmente na segunda temporada, deu uma declinada, apelando demais no melodrama e se tornando cansativa.



Show

Este é fácil, num ano de muitos e bons shows, o troféu só pode ir para o senhor Axl Rose e sua banda cover do Guns n Roses. Sejamos honestos, se você vai a um show do Guns o que você espera? Os clássicos! Pena que não é isso que a diva obesa pensa, pois deve achar que todo mundo ama o Chinese Democracy, ao ponto de tocarem todas as músicas no show. Além disso, seu estado físico está lastimável, não conseguindo emendar duas músicas na sequência e sua voz já era. Papelão.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

You Wanted The Best, You Got The Best

E 2010 acabou. Todo final de ano eu faço uma listinha dos melhores do ano e tal, e este ano não poderia faltar né? O ano foi cheio de altos e baixos, com coisas muito boas e outras bem ruins, decepcionantes até, mas desta vez eu resolvi escolher apenas os melhores do ano, nada de primeiro, segundo, terceiro e décimo quinto colocados. Algo assim como: "E a Espanha na Copa do Mundo deste ano foi:"

Melhor Álbum


Até que tivemos alguns bons álbuns em 2010, como o do Bret Michaels (Custom Built), os homônimos do Stone Temple Pilot e do Slash e o da Charlotte Gainsbourg (IRM), mas o melhor de todos, fácil, foi o "All in Good Time" do Barenaked Ladies, o que não deixou de ser uma surpresa, pois eu não sabia o que esperar após a saída do Steven Page. Certo, o álbum perdeu um pouco da alegria dos anteriores, mas foi praticamente perfeito, mostrando uma melancolia que eu não sabia que eles tinham, mas sem perder o estilo.



Ps: antes que alguém me pergunte, não, eu não esqueci do Arcade Fire, eu simplesmente não achei nada do que o povo está dizendo dele.

Melhor Canção

E não é que neste ano tivemos uma dobradinha? Além de melhor álbum, o Barenaked Ladies levou o prêmio de melhor canção, com a sensacional, maravilhosa e triste "You Run Away". E olha, só não leva como melhor canção da década porque existe "The Scientist".



Merecem menções honrosas as do Bret Michaels e Miley Cyrus (Nothing to Lose), Bush (Afterlife), Charlotte Gainsbourg e Beck (Heaven Can Wait), Scorpions (The Best Is Yet To Come), She & Him (In the Sun) e STP (Cinnamon).

Melhor Filme


No ano dos filmes nerds e geeks (os videogames cinematograficos de Scott Pilgrim e Príncipe da Persia, o violento Kick-Ass e o sério Redes Sociais), não tem como não premiar um. E portanto o melhor do ano é Zumbilândia. Praticamente tudo que você espera de um filme, você encontra: premissa interessante, bons atores, ótimas tiradas, trilha sonora boa e muitas risadas. Tá, vão me dizer que faltou roteiro mas, me respondam, desde quando filme de zumbi tem roteiro?! Ok, Extermínio tinha, mas é uma exceção (e um ótimo filme).



Melhor Série


Poucas séries foram lançadas este ano e eu acompanhei, a maioria foram as antigas que eu já assistia e, destas a temporada que mais me marcou foi a do Dexter. As quarta (que só vi este ano) e a quinta foram algo de tirar o fôlego. Sensacionais e esperando pela próxima temporada já.



Melhor Show

No ano que um ex-Beatle toca no Brasil um repertório de 3 horas, que o mesmo considera este show o melhor do ano e um dos melhores da carreira (e que eu estava lá), pode parecer impossível um outro show ser escolhido o melhor do ano, certo? Errada. Apesar do show ter sido ótimo, o melhor do ano aconteceu alguns dias depois, no Via Funchal lotado, com uma banda piromaníaca que canta em alemão. Sobre o show do Rammstein, só há uma coisa a ser dito: O que foi aquilo?

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Stone Temple Pilots

 
Quando eu cheguei no Via Funchal, por volta das 19h30, nem parecia que em pouco mais de duas horas, uma banda clássica do Grunge tocaria, pela primeira vez, no Brasil, lá. Poucas pessoas esperavam na fila para entrar e a movimentação era pequena, bem inferior àquela que eu vi, uma semana antes, no show do Rammstein. E esta sensação ficou até por volta das 21h30, quando a casa, se não ficou lotada, pelo menos teve um público condizente com o tamanho da banda.

Com um pequeno atraso, o Stone Temple Piltots começou quebrando tudo com os acordes iniciais de Crackerman, clássico do Core. O palco, como é costume das bandas contemporâneas, foi super simples, apenas com um bandeirão vermelho ao fundo e algumas luzes, nada de fogos, pirotecnia e explosões, apenas o bom, velho e simples rock n roll, tocando em alto volume (certo, algumas vezes a guitarra sumia) baixo, guitarra e bateria, e nada mais.

Neste ponto mostra-se o forte da banda, um instrumental extremamente criativo e entrosado. Os irmãos DeLeo comprovam realmente que são uma das melhores duplas com as cordas, com menção especial ao Robert, o baixista que, além de tocar muito, mas muito mesmo, é carismático e estiloso, um verdadeiro rockstar. E tem ainda o Scott Weiland.

Para quem o viu com o Velvet Revolver (e em diversos vídeos com o STP), o Scott desta quinta estava irreconhecível. Entrou no palco com um terno muito bem cortado, parecendo mais o personagem Barney Stinson, da série How I Met Your Mother e, principalmente, sóbrio. Isto pode ser mais percebido nas diversas jams realizadas no decorrer do show, realizadas para ele poder recuperar o fôlego, já que o corpo cobra os excessos das últimas duas décadas. No lugar das performances alucinógenas, palminhas e vocalizações comportadas.

Mas e as músicas? Escolher um set list de pouco mais de uma hora e meia, para uma banda com a história do STP, é complicado, porque muita coisa boa fica de fora. Com apenas 3 músicas do regular álbum novo, entre elas a ótima Cinnamon e a já clássica cover do Led Zeppellin, Dancing Days, é difícil falar mal de um show que contenha Vasoline, Plush, Interstate Love Song, Sex Type Thing e Trippin' On A Hole In A Paper Heart.

Só que a banda poderia oferecer mais, muito mais. Eu, e muita gente, sentiu falta de Big Bang Baby, Lady Picture Show, Creed, Sour Girl e mais um monte.  Esta na verdade foi a maior falha deles, o set list é exatamente o mesmo das outras apresentações pela América do Sul, e também dos shows da América do Norte, neste semestre, sem deixar espaço para surpresas, o que faz perder um pouco a magia do espetáculo, pois uma das melhores partes de um show ao vivo é exatamente não saber quais as músicas que serão tocadas, e em que ordem.

Problemas a parte, foi um show muito acima da média, de uma banda com 20 anos de estrada, lotada de hits e com vontade de fazer rock n roll. Fica a dica pras bandas que estão começando e se acham muita coisa.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

A Noite em que o Via Funchal Quase Pegou Fogo


Eu desejava um show do Rammstein há muito tempo, e desde que começaram os rumores que a turnê deles passaria pelo Brasil em 2010, eu decidi que iria. Tanto que comprei o ingresso logo que começaram a serem vendidos e para isto abri mão de outros shows que gostaria de ter ido, podendo ver, ao vivo, estes alemães, coisa que quase consegui em 1999, quando abriram o show do Kiss, mas que, por incompetência da organização na entrada, não pude entrar a tempo.

Já sabia desde o início que eles não trariam toda a sua parafernália de palco, primeiro porque transportar tudo aquilo numa viagem intercontinetal deve ser complicado e caro e segundo porque o Via Funchal é um lugar fechado e eles são uma banda de estádio, onde tudo é planejado para ser gigante, colossal, exagerado. Isto ficou claro na abertura do show, quando ao som de Rammlied, apoteótica canção do ótimo e consagrado Liebe Ist Für Alle Da, após a queda do pano preto que cobria o palco, apareceu um outro, preto e vermelho, que na verdade era para ser a bandeira da Alemanha mas que, por causa da altura reduzida do palco, escondeu a parte amarela.


Só que estas dimensões reduzidas do palco e o fato do local ser fechado não afetou em nada toda a pirotecnia (piromania para ser mais exato) da banda, principalmente do performático vocalista Till Lindeman, que não se cansa de brincar com o fogo, chegando inclusive a queimar o tecladista Flake Lorenz na música Weisses Fleisch (de mentirinha) e em um figurante na Benzin (daí de verdade, apesar dele usar uma roupa apropriada).

Fica claro que tudo é muito bem ensaiado e pensado, pois uma falha ou descuido pode gerar uma tragédia. Mas nada disto acontece, e a cada ato, a platéia fica mais impressionado e atônita. Era possível ver a cara de surpresa e contentamento a cada lado que se olhasse num Via Funchal totalmente lotado, extremamente quente e esfumaçado. Mas não é que além disso, existe a música?

Numa equalização muito alta (não me lembro de ter visto um show tão alto lá) e cheia de samplers, se sobressaíram a qualidade vocal de Lindeman, que tem o timbre perfeito que o som e a língua pede, e a bateria precisa de Christoph (Doom) Schneider. Era quase como se ouvíssemos o som do CD.

Com um repertório multi-linguístico, combinando o francês na Frühling In Paris, inglês na Pussy e espanhol na Te Quiero Puta, além do alemão, o que se ouvia na galera era uma mistura de canto com embromention a cada música, mas até que algumas canções conseguiram ter seus refrões cantados em uníssono, como Du Hast e Ich Will, o que não é pouca coisa, considerando o número mínimos de pessoas lá que deveriam falar o alemão.

O resultado desta mistura toda? Um dos melhores shows que já vi na minha vida (e não foram poucos). Fato.