O que é uma banda senão uma desculpa socialmente aceitável para se tomar cerveja num domingo às 10 da manhã, antes mesmo do café da manhã?
Eu “aprendi” – porque na verdade eu não aprendi até hoje – a tocar baixo por volta dos meus 20 anos, quando eu ia à casa do Ricardo e ficava vendo os caras tocarem e pagando pau, até que, um dia eu fui falar com o Fabrício, que tocava baixo pra caralho antes de começar com frescura e parar de tocar e pedi para ele me ajudar a comprar um baixo e me dar uns toques. E sim, um dos motivos para eu escolher o instrumento é que parecia o mais fácil de todos.
Nestes mais de 10 anos eu já toquei, parei, voltei a tocar, voltei a parar e “re- voltei” a tocar, estou na minha terceira banda e adoro o meu instrumento, não me vejo tocando guitarra nem a pau, é muito sem glamour, o baixo tem muito mais pegada, swing, ritmo que qualquer outro instrumento, tanto que se um gênio aparecesse para mim e falasse que eu poderia escolher a aprender a tocar qualquer instrumento, eu com certeza pediria pra aprender tocar baixo de verdade. E pra ser sincero, acho que foi a única coisa que eu conquistei por pura persistência, pois não tenho dom nenhum para a música, mas um dia cismei que queria tocar e cá estou eu.
Mas nesse fingimento, esse humilde “wannabe bass player” vai levando as coisas, tocando reto, com poucas firulas – principalmente porque até hoje eu não aprendi as escalas – e atravessando o bumbo de vez em quando. Tanto que, pela primeira vez, de um ano para cá, estou com uma banda que compõe músicas e quer tocar em algum lugar pra alguém ouvir, mesmo que isso signifique queimar o filme.
Até porque queimar o filme é algo que a gente não se preocupa, afinal que banda que consegue beber até cair no meio de um ensaio-balada, contar piada pra preencher o tempo do show, dar showzinho depois de um show com evasão escolar, tocar com um cone na bateria, ir atrapalhar o ensaio das outras bandas e ainda gravar uma demo?
Daí vem neguinho e pensa: “meu, os caras devem ser foda, pra comporem em escala industrial e essas coisas”. Mal sabem que é mais fácil compor, porque daí ninguém tem como dizer que estamos tocando errado nem estragando as músicas dos outros.
E domingo sim, domingo não, estamos lá no Mad pra nossa sessão terapêutica quinzenal, tomando nosso suquinho e rindo sem parar. Claro, se pintar um show nesse meio tempo, melhor, desde que tenha cerveja na faixa e ninguém jogue tomate na gente.
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