sexta-feira, maio 15, 2009
Being Hiran
Algumas pessoas são viciadas em filmes, precisam ir sempre ao cinema, acompanhar todos os lançamentos, estar por dentro das novidades. Eu gosto de filmes, mas ultimamente o meu vício são as séries, não posso descobrir uma nova que preciso baixar o piloto para saber como ela é. E, em minha última busca, eu descobri uma série chamada ‘Being Erica’, a qual baixei o primeiro episódio.
Não sei realmente se essa série passa no Brasil ou não, mas eu não me lembro de tê-la visto em nenhum canal, e olha que agora eu tenho cabo em casa. Para dizer a verdade, eu nem sei o motivo de tê-la baixado, acho que entrou no meio do pacotão, mas foi uma grata surpresa. Mais do que isso, foi uma das poucas vezes que vi uma série e disse “eu queria ter escrito essa história”.
Falo isso não porque é algo sensacional, até porque só vi um episódio, mas sim por eu ter me identificado com ela. Primeiro, ela se passa em Toronto e as imagens do Eaton Center e do Hard Rock Café iluminados me lembram de uma época muito especial na minha vida, onde tudo era mais leve e alegre.
Mas o verdadeiro motivo dessa identificação foi o monólogo inicial, que se começa logo na primeira cena. Erica relata sua vida: 32 anos, solteira, quando jovem tinha um futuro promissor mas, em algum lugar ela se perdeu e, agora, não estava realizada nem pessoal nem profissionalmente, enquanto todas as pessoas ao seu redor estavam ambos e, por conseqüência, com pena dela. Diversas decisões equivocadas no transcorrer de sua vida fizeram com que sua vida estagnasse.
Caralho, eu poderia ter escrito isso! Isso é o que passa pela minha cabeça praticamente todos os dias quando eu acordo! Não se de onde o cara que escreveu tirou isso mas, vi minha vida passando na tela de um computador, no papel de uma mulher com cara de menina (até isso...).
No transcorrer do episódio, percebi que o mote da série deve ser ela tentar corrigir os erros do passado, por intermédio de um tipo de psicólogo ou o que quer que seja, que está mais para o Dr. Estranho, que tem o poder de teleportá-la ao passado, para uma série de eventos frustrantes e/ou vexatórios de sua vida, que ela listou numa folha de papel, e que ajudaram, de uma forma ou de outra, a jogá-la na vala que agora habita.
Pouco tempo atrás escrevi neste blog sobre o efeito borboleta e eventos passados que eu gostaria de alterar, e não teria a menor dificuldade de preencher as duas folhas de fatos que a Erica preencheu para o tal psicólogo.
Claro, como quase toda boa série (ou mesmo as séries ruins), ela tenta passar uma mensagem positiva, e o que eu percebi vendo esse primeiro, foram duas coisas: refazer o passado não significa que a gente vai acertar, podemos errar ainda pior; e que muita vezes, vendo certas situações com olhos mais experientes (velho é a $#@%$&), percebemos nuances e detalhes que deixamos passar em branco.
Estou até vendo, no final ela vai perceber que o passado já está escrito, que a mudança está dentro dela, basta ela acreditar e fazer algo para que seu presente e seu futuro possam ser pintados com tintas mais coloridas, mas, eu queria muito poder voltar ao passado e reescrever certos capítulos da minha história. E pau no cu da borboleta.
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