Não assisti o Milk, mas sei que o Sean Penn é um puta ator, então deve ter merecido o Oscar, porém isso não diminui a atuação do Sr. Rourke, que nos anos 80 fez todos os homens morrem de inveja e todas as mulheres, de desejo, depois do 9 1/2 Semanas de Amor e Orquídea Selvagem, mas que sentiu o peso do sucesso, que lhe deixou marcas muito mais externas que internas.
História simples, um lutador de luta livre (não confundir com essa merda de vale tudo), que foi um ídolo no passado (poucos no Brasil tem idéia da dimensão da idolatria que há sobre esses lutadores nos EUA), mas que agora, velho e depois de torrar toda grana, luta em pequenos ginásios, por alguns trocados e por lampejos da época de ouro.
No fundo é disso que o filme se trata, da dificuldade em aceitar que os bons tempos passaram, que os holofotes e os flashs não estão mais voltados para ele, que a fama se foi, os fãs e o dinheiro também. É a dificuldade de se lidar com isso, pois um dos ditados mais válidos que existe é aquele que diz 'quanto maior a montanha, maior a queda'. E, no caso dele, a queda esfacelou toda a sua dignidade.
É muito difícil para alguém que passou sua vida toda num faz-de-conta ter que encarar de frente a realidade, que mesmo trás muitas mesas, cadeiras e escadas escondidas debaixo do ringue, prontas para serem usadas.
No meu caso, que sempre adorei este espetáculo, o filme traz um atrativo extra, os bastidores das lutas, suas coreografias extremas e maravilhosas e um Mickey Rourke numa mistura de Shawn Michaels e Mike Foley.
Bring me the pain!
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