quinta-feira, julho 17, 2008

The Indies

Cinco anos atrás alguma coisa começava a mudar na vida de algumas pessoas. Pessoas diferentes, de lugares diferentes, mas que por algum motivo inexplicável, acabaram por se conhecer num então iniciante universo virtual. No início eram apenas “nicks” em blogs e caixas de comentários, passando então para ICQ/MSN, emails e, aos poucos, percebendo que aquilo não bastava, que as afinidades e a empatia eram muitas, decidiram se encontrarem.

Dois aqui, um terceiro ali, um quarto acolá um tempo depois, pessoas que eram apenas nomes e textos começaram a tomar forma, adquirir traços, vozes, trejeitos. Longas discussões virtuais foram substituídas por horas de conversa, o teclado e o monitor se converteram em mesas de bar, casas de shows e longas caminhadas na rua, “nicks” foram substituídos por nomes e caracteres finalmente deram lugar ao calor humano de um abraço e ao som de uma gargalhada.

Então, em pouco tempo pareciam que se conheciam há anos e, num desses encontros, resolveu-se criar um universo virtual ficcional, brincando com o real, onde cada um era ele mesmo, intercalando a realidade com a imaginação, mostrando como a vida poderia ser mais engraçada do que era.

Por motivos outros, tal idéia não prosperou, mas, diferentemente disso – ainda bem – o universo real manteve-se vivo. O tempo passou, novos personagens surgiram nessa história, outros se afastaram um pouco pelos mais diversos motivos, brigas e abraços, beijos e rangeres de dentes, dores e alívios, lagrimas e sorrisos, afinal, assim é a vida.

E, a história de deixou de ser estória, a história que não foi escrita mas sim filmada pela retina de cada um dos participantes, merecia um ápice, um final de temporada, um “grand finale”. E sábado último, ela finalmente teve.

Quase todos os seus protagonistas iniciais, acompanhados de outros que entraram no decorrer da mesma e que acabaram conquistando a audiência, estavam presentes. Pessoas que não se viam há muito tempo conversavam como se o último encontro tivesse sido na semana anterior e a empolgação e a alegria serviam para disfarçar a maquiagem borrada e os olhos vermelhos.

Assim, o seriado que nunca existiu mas que trata da vida de amigos de verdade poderia ter acabado naquela noite, em Taubaté, no exato momento em que a música – que os uniu – que tocava no meio do salão começasse a sumir, num “fade out” e a tomada da câmera se afastasse, lentamente, até que tudo se tornasse um borrão de luzes e fumaça.

Porém, diferentemente da arte, a vida real continua e só posso agradecer por isso, por todos esses momentos e pelo caminho que a minha vida tomou desde o dia que escrevi o primeiro comentário em um blog. E se um dia eu disse que a vida imita a arte, algumas vezes a vida pode ser bem melhor do que ela, pois eu não reescreveria essa.

Um comentário:

Anônimo disse...

uau
=]