Ultimamente eu ando viciado em séries. De fato, eu sempre gostei delas, mas de uns tempos para cá eu andava totalmente a parte delas por não ter mais cabo em casa, até que resolvi começar baixar algumas pela internet e acabou que agora eu as assisto mais do que nunca, até pela praticidade de poder acompanhá-las em seqüência, sem a necessidade de ficar plantado defronte ao televisor para não perder o próximo episódio.
A brincadeira começou com Californication, mais pela curiosidade levantada pela história, que baixei e assisti aos doze episódios em uma semana. Depois, contaminado pela facilidade, comecei a procurar por séries diferentes daquelas mais conhecidas, pelo simples prazer de descobrir coisas novas.
Nessas procuras, quatro dentre antas me atingiram em cheio. A primeira foi The Big Bang Theory, a história de dois amigos hiper-nerds que passam a dividir o andar com uma garçonete gostosona e extrovertida, sendo essa dualidade o gancho para as mais divertidas histórias. Risadas contínuas, mas recomendadas apenas para aqueles que possuem no seu DNA pelo menos um cromossomo nerd.
Depois veio a mais “popular” dessas séries, a inovadora e deliciosa Pushing Daisies. Como pôde alguém imaginar a história de um cara que tem o “poder” de reviver tudo que é morto com um toque e que, se em um minuto não der o segundo toque, que daí mata para sempre, outra vida é tirada em seu lugar, e transformá-la numa séria fofa e feliz? Não conhece? Tá perdendo, playboy!
A terceira é a mais antiga e com a história mais manjada, mas que não deixa de ser ótima mesmo assim, pois a vida é feita de deliciosos clichês. How I Met Your Mother é contada como uma história no passado, em que o pai conta aos dois filhos adolescentes como conheceu a mãe deles, que nunca aparece, pelo menos até ao final da segunda temporada, que foi o que eu já assisti.
E finalmente, minha nova descoberta, New Amsterdam, da qual eu apenas assisti quatro episódios, mas já virei fã. Conta a história de um detetive de New York, que na verdade foi abençoado/amaldiçoado com a vida eterna, até encontrar a escolhida e enfim poder envelhecer e morrer. Investigação policial, flashbacks históricos, romance e humor na medida certa, nem sei se ela passa aqui no Brasil, mas deveria, muito melhor que muita coisa que anda passando.
Fim do post? Nem, é apenas um gancho para um novo começo, tal qual um episódio dos Simpsons, onde a primeira parte é sempre um prelúdio que prepara para a “real” história, que daí se inicia e não tem quase nada a ver com o contado do começo (ah ta, vai dizer que você nunca percebeu isso??).
O que une os quatro seriados? Na verdade, o que une quase tudo que existe na vida? A real busca pelo amor, pela pessoa que nos completa e faz a nossa vida melhor, mesmo que momentaneamente. O Leonard é apaixonado pela Penny, mesmo que ele não admita e saiba que não têm nada a ver um com o outro. O relacionamento obrigatoriamente platônico entre o “Piemaker” e a Chucky é angustiante e claustrofóbico, mas consegue ser intenso sem contato físico. Já a busca desesperada pela mulher da sua vida pelo Ted, seja ela a Robin ou não, é tão intensa que não há como não torcer por ele. E, a busca pela escolhida do Amsterdam demonstra que só o amor salva, mesmo que a salvação signifique a morte.
Será que foi só por isso que eu gostei dessas séries? Óbvio que não, pois o tema amor é abordado em quase todos meios de comunicação artística, seja ela clássica ou pop. Mas as quatro, cada qual a tua forma, mostra que na verdade o que buscamos é o amor puro e verdadeiro, aquele romântico, de contos de fadas mesmo, que nos desconecte dos nossos problemas mundanos. Queremos ser amados e admirados, adorados e desejados, queremos o frio na espinha, as borboletas no estômago, aquele momento do qual não vamos nos esquecer jamais, mesmo que um dia venhamos a derramar rios de lágrimas e quilômetros de lamúrias e maldizeres, pois um dia vamos esquecer o lado ruim disso e mais uma vez vamos querer sentir tal novamente.
E eu sou diferente disso? Não, não sou não! Sou uma pessoa normal, com sentimentos iguais a todos os outros, que buscava, mesmo que não a toda hora, essas sensações. Um beijo tímido da minha Penny na porta do seu apartamento, depois de um silêncio sepulcral gerado pelo medo da recusa. Um beijo da minha Chucky pelo plástico, por não podermos nos tocar. Fazer chover para impedir que a minha Robin encontre com o cara errado e fique comigo. Ou tentar explicar para a minha escolhida como só o amor dela salvará a minha existência.
Mas tranqüilo, a busca terminou. Ao menos para mim, pois a mulher linda e extrovertida beijou o nerd, não precisei fazer chover para isso, apenas encontrá-la acidentalmente, para enfim ela perceber que era a minha escolhida e que salvaria a minha alma. E, melhor de tudo, eu posso tocá-la sem perdê-la.
Um comentário:
Você não fez chover, mas chovia no dia do encontro acidental que mudou minha vida pra melhor e pra sempre.
Te amo, meu lindo!
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