segunda-feira, junho 29, 2009

The MP3 Killed the CD Stars

Se fala muito que com a invenção do MP3 a indústria musical estaria fadada ao fracasso, agonizando e tudo o mais, mas sou obrigado a discordar. Certo, houve uma enorme alteração do ‘status quo’, os acomodados precisaram se readaptar à nova realidade, mas isto não é novidade nenhuma neste mundo ágil e dinâmico que vivemos. O que hoje é atual, amanhã é peça de museu.

Certo, a indústria dos CDs, como mídia física, sofreu um grande baque, mas isto não quer dizer que a música morreu. Muito pelo contrário, ela está muito mais acessível do que nunca. Lembro que há mais de dez anos, se eu quisesse conhecer uma banda nova, precisaria comprar um CD para saber então se eu iria gostar dela, e muitas vezes eu lia sobre uma e não tinha a menor idéia como era o seu som, pois nenhum álbum tinha sido lançado no Brasil. Já cheguei, em outros tempos, a importar alguns álbuns que eu ‘só tinha ouvido falar, mas nunca tinha ouvido’, para eu conhecer.

Hoje, a facilidade de transmissão de dados permite que eu ouça uma gama enorme de bandas, cantores e cantoras, de todas as partes do mundo e, melhor, permite que eu filtre o que é bom do que é ruim, pois como a quantidade é enorme e o tempo cada vez mais escasso, só o que é muito bom sobrevive no meu ‘play list’. Isto é ótimo por dois motivos: o primeiro é que, com MP3, YouTube, MySpace e outros meios virtuais, não sou obrigado a ser massacrado e massificado por aquilo que a mídia quer me impor (nada contra, é uma forma de se ganhar dinheiro com a música) e a segunda é que me permite encontrar muita coisa boa, que eu jamais teria conhecido se ainda vivesse na ditadura das lojas de CD.

Claro, muita merda vem neste meio, inclusive esta mania besta dos fazedores de moda indies de só gostarem daquelas bandas obscuras da Noruega ou de Laos, e que depois de 15 dias elas já se tornam datadas (culpa da velocidade da informação), mas muita coisa boa eu também ouvi,e me tornei fã. A lista é vasta: Death Cab for Cutie, Ben Kweller, The Decemberists, JJ72, MGMT, Rufus Weinwright, Our Lady Peace, entre muitos outros. E com isso, eu tenho condições de gerar renda de muitas outras maneiras, até mesmo comprando um CD físico destas bandas e cantores, coisa que jamais faria antes do advento da música digital.

O mundo está em eterna evolução, e quem não quer ser atropelado por ele, precisa parar de reclamar e agir.

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