Tem coisas que só o Verdão faz pelo Brasil
O Brasil pode ser pentacampeão do mundo no próximo domingo, no estádio de Yokohama, no Japão. E, por trás da camisa canarinho, quem levantaria a taça mais cobiçada do planeta seria um estranho e curioso misto do Palmeiras dos últimos dez anos.
Marcos, Cafu, Roque Júnior, Roberto Carlos, Júnior, Edílson, Luizão e Rivaldo, todos passaram pela equipe do Palestra Itália, levando glórias e mais glórias, nunca década praticamente verde e branca.
Sem contar, claro, o técnico. Luís Felipe Scollari ainda sente-se bastante ligado à equipe do Parque Antártica. Na histórica vitória sobre a Inglaterra, Felipão festejou a vingança. 'Perdi o título interclubes para o Manchester, mas consegui devolver ao palmeirense, pelo menos a eliminação deles da Copa de 2002'.
E mais: o auxiliar técnico é o fiel Murtosa, também vitorioso em sua passagem pelo Verdão. Também na comissão técnica da seleção na Copa, América Faria ocupava até bem pouco tempo o cargo de diretor do 'Parmera', como faz questão de falar Felipão, cheio de orgulho.
Dos jogadores 'alviverdes' na seleção, pelo menos três são hoje 'the best of the world': Rivaldo, Roberto Carlos e Cafu. Rivaldo, por exemplo, veio de Recife, explodiu no Mogi Mirim, passou pelo Corinthians e consagrou-se no Palmeiras. 'Lá ganhei meus primeiros títulos e me sinto ligado ao clube',confessa o meia do Barcelona, da Espanha.
Cafu, capitão da time da 'Família Scolari', destacou-se no São Paulo, vizinho de corpo e alma do Palmeiras. Um muro cada vez mais alto separa o Centro de Treinamento tricolor da Academia alviverde, mas alguns jogadores como Cafu, Muller e Antonio Carlos ultrapassaram essa barreira. 'Lembro com saudade dos dois times', fala o agora lateral-direito da Roma, da Itália.
Roberto Carlos, para muitos o grande líder da seleção brasileira, revelou-se no modesto União São João de Araras, Interior de São Paulo. Passou pelo Palmeiras, depois se mandou para a Internazionale de Milão, na Itália, e agora barbariza no Real Madrid. 'Guardo ótimas lembranças do querido Verdão', confessa. Tanto Roberto Carlos como Rivaldo afirmaram que pretendem encerrar a carreira no Palmeiras.
Marcos, apontado como o melhor goleiro do atual Mundial, enche os olhos de lágrimas quando lembra de um simples detalhe. 'Depois de Leão, sou o único goleiro do Palmeiras titular da seleção em uma Copa'.
Edílson, como bom baiano, é mais cosmopolita. 'Gosto de todos os times pelos quais passei.Tenho boas lembranças do Palmeiras, Corinthians e até do Vitória e do Guarani, onde tudo começou', explica. Luizão e Edílson se conheceram no Bugre de Campinas. Edílson era conhecido como 'Saci'. 'Eu era o Sapão', relembra Luizão, outro cigano da bola.
Júnior já avisou: 'Passei quatros e meio substituindo o Roberto Carlos no Palmeiras. E ninguém achou ruim", ressalta. Mas um jogador saiu do Parque Antártica para Mundo graças a Felipão. 'Foram bons tempos', analisa Roque Júnior, identificado profundamente com os laços palestrinos.
by: Chico Lang