quinta-feira, julho 29, 2010

Jogo das Barricas III

Em 2008, meia dúzia de radicais, intolerantes e irracionais corinthianos e palmeirenses que viviam trocando suas farpas por blogues, e-mails e que tais - ainda não havia se disseminado o Twitter - resolveram consertar o ato mais irresponsável das diretorias de Corinthians e palmeiras de sua história. Um dos gaiatos teve a idéia de jerico e o restante não só concordou como ajudou a viabilizar aquilo que viríamos chamar de Jogo das Barricas - a reparação histórica.

Quem ainda não entendeu nada, deve obrigatoriamente visitar o Cruz de Savóia para ter noção exata do que foi a "Taça Augusto Mundell", eternizada e popularizada nos registros futebolísticos como o Jogo das Barricas a que nos referimos. Tal alcunha foi dada graças às esmolas arrecadadas pelas duas grandes equipes paulistanas, mais a Lusa, em benefício do time de Jd. Leonor, numa atitude que nos custou caro pouco tempo depois, com a intervenção na presidência do Corinthians e a mudança do palestra para palmeiras - a própria Portuguesa foi vítima de um dos rolos tricolores, comprando o Canindé depois que ele foi tungado pela escumalha dos alemães.

Pois é contra essas e diversas outras aberrações da história sombria do time de madame que queremos não só denunciar, mas também prestar tributo a todos os nossos guerreiros antepassados. Mais ainda, eis a prova de que corinthianos e palmeirenses (e agora consta que teremos a participação de uma esquadra lusa) conseguem conviver em clima fraterno quando o que está em pauta não é a disputa do maior clássico do mundo.

Assim, a 3ª Edição do Jogo das Barricas será realizada no próximo dia 21 de agosto, um sábado, a partir das 15h. Conseguimos, desta feita, fazer com que o evento aconteça na gloriosa várzea paulistana, local de gestação daquele futebol que todos aprendemos a amar, o futebol do povo. Voltar à várzea, aliás, ganha mais significado porque é um protesto contra a modernidade assassina, tão peculiar daquele clube que temos o prazer de combater.

Pedimos, então, a colaboração de R$20 dos interessados para custear o aluguel do campo e o churrasco que será feito durante e depois da partida. A cerveja e demais bebidas não estão inclusas, mas poderão ser adquiridas a preços honestos no bar da agremiação que irá nos receber. Infelizmente, não podemos divulgar abertamente o local do jogo por questões óbvias. As informações só serão enviadas para quem se identificar via e-mail (cramone99@gmail.com ou cruzdesavoia@gmail.com) e garantir presença. Posteriormente, iremos divulgar uma conta corrente para receber os depósitos. A prestação de contas será cristalina e, caso haja sobra, ela entrará no rateio das Brahmas.

Aos corinthianos e palmeirenses, reforço que essa edição será a "nega", já que os alvinegros levaram a primeira e os alviverdes faturaram a segunda. Quanto aos uniformes, vale a sugestão de levar tanto o primeiro quanto o segundo fardamento, para que os presentes decidam no voto qual das camisas deve entrar no gramado.

Recado final: leve suas moedinhas! Afinal de contas, madame está descontrolada também nos cofres e a intenção é despejar uma barrica cheia níqueis na porta do Morumbi. Contamos com a presença!

Jogo das Barricas - 3º edição
Data: 21 de agosto - às 15h (pontualmente)
Preço: R$20 (aluguel do campo e churrasco)
Inscrições e informações: cramone99@gmail.com / cruzdesavoia@gmail.com

segunda-feira, julho 19, 2010

A Arte no Sofrer

Para começo de conversa, eu não sou masoquista, bem longe de mim gostar de sofrer e estas coisas, pois convenhamos: isto é chato pra caralho!

Mas uma coisa é necessária ser dita: a tristeza e o sofrimento são poéticos. E quando eu falo poético não estou me referindo a um estilo literário, mas sim a toda e qualquer forma de arte que seja criada com a alma e o coração. As obras mais bonitas não complementadas pela dor, seja de um amor perdido ou impossível, seja pela pelo vazio da solidão, seja por qualquer outra forma de tristeza.

Provavelmente porque o papel, a tela, a câmera, o pincel, um instrumento musical, na mão de um poeta sofrido serve como forma de exorcismo, quando o artista consegue transferir para o mundo físico toda aquela dor que existe no etéreo e, consequentemente, quem aprecia esta obra capta uma parcela deste sentimento para si.

Ninguém gosta de sofrer, mas a maioria vê o sofrimento como arte, por isso gostamos de livros e filmes tristes, músicas melancólicas, quadros e esculturas pesadas. E pensar nesta tristeza faz a gente dar maior valor para os momentos felizes te temos.

segunda-feira, julho 05, 2010

Um Contador de Histórias

Vendo ontem um filme bobo, daquelas comédias com cara de domingo, onde você não quer pensar, me vi pensando. O fato é que eu acabo me vendo pensando em praticamente todos os filmes e seriados que assisto, livros e quadrinhos que leio, propagandas de carros nas revistas que vejo.

Na verdade, tudo que que é escrito é feito para nos fazer pensar, mesmo que de uma forma inconsciente. Um filme não precisa ser sério, denso, para nos levar a refletir algo, mesmo na simplicidade a mensagem pode, e deve, ser transmitida. E quando falo de filme, é porque foi o que me fez pensar, mas vale para qualquer mídia que dependa da criatividade de alguém para criar algo.

As vezes me pego pensando, qual é a utilidade para a sociedade de alguém que escreve. Não salva vidas, não alimenta, não esquenta, não protege das intempéries da natureza, não cura, não transporta, não alivia a dor. É, teoricamente, uma coisa da qual podemos viver sem.

Teoricamente, pois graças a Deus não é assim que funciona. A vida é muito mais do que o tangível, e precisamos daquilo que não podemos dimensionar. Precisamos aprender lições, precisamos sonhar e acreditar. Porque sim, uma história salva vidas, alimenta a alma, esquenta nosso espírito numa noite fria e solitária, nos protege da chuva e do frio, cura nossas tristezas, nos transporta para um lugar mais bonito, colorido e feliz, alivia as nossas dores, dores da alma, dores do coração, dores da vida.

A escrita é um dom e o contador de histórias tem tanto valor quanto um médico ou um engenheiro, pois de que adianta um corpo são e pão na mesa, se a alma está vazia?

quinta-feira, julho 01, 2010

Meu Ano Novo

2009 foi um ano foda para mim, principalmente o primeiro semestre. Depois de um longo período de estagnação total, resolvi dar um rumo pra minha vida e, nestes casos, de mudança abrupta, temos duas possibilidades: ou uma aparente boa oportunidade que cai no colo, ou fazer aquilo que sabemos fazer. E no meu caso, parecia que tudo se acertava, uma oportunidade de ser sócio em um escritório de advocacia de Campinas que iria abrir em São Paulo, com grande know-how e clientela. Encurtando a história, em seis meses tudo que estava complicado ficou muito pior, e eu acabei sem grana, sem patrimônio, com um monte de cheque sem fundo e uma bucha na mão.

Lembro como se fosse hoje que eu tava no escritório que eu tinha alugado com outro cara, que também foi enganado, olhando pra tela do computador, totalmente perdido, imaginando o que eu iria fazer da minha vida, quando a Carol (com quem na época eu nem tinha tanta amizade ainda) me perguntou se eu estava interessado numa vaga no IPSO, onde ela trabalhava.

Eu comecei a trabalhar lá, num ambiente que me fez muito bem naquele período de extremo estresse, e me inseri em um novo (velho) mercado, o de tecnologia. E assim os caminhos começaram a se abrir pra mim. O dia que ela me chamou? 01 de julho de 2009.

Foi então que meu ano realmente começou e as coisas começaram a dar certo pra mim. Certo, ainda tinha muita bagagem anterior e outras coisinhas novas, mas é injusto dizer que foi um período ruim, prefiro acreditar que foi um período de aprendizado.

E este período durou até ontem. Aprendi muito coisa, de boas e de más maneiras, mas é assim que funciona a vida. E mais engraçado ainda é que têm momentos da nossa vida que estamos mais acessíveis às pequenas dicas que recebemos, e conseguimos assimilá-las bem. Incrível que coisas, apesar de óbvias, passem tanto tempo despercebidas, quando estamos sem foco.

Assim, meu ano começa. E resolvi começar com coisas práticas. Ontem vi um filme que, aparentemente, era bobinho, mas que acabou tendo uma puta sacada: quase no final dele, com um casal aparentemente apaixonado, a menina fala para o cara escrever uma carta explicando porque amava ela e que ela faria o mesmo. De posse delas, eles enteraram ao pé de uma árvore, para serem lidas exatamente um ano após (claro, a sacada não é só essa, e sim o desenrolar, mas não convém contar). E, se eu quero mudar, porque não escrever uma carta com a lista das coisas que eu quero mudar em um ano, colocar num envelope e datá-lo para 01 de julho de 2011? Foi o que fiz.

É óbvio que essas datas não valem nadas, são instituições do homem e, paralelamente ao 'calendário oficial', existem diversos outros, quase todos políticos, sem o mínimo de fundamento astrológico ou espiritual, mas quem faz as nossas datas somos nós mesmos, e eu decidi, novamente, fazer desta a minha. Que bons ventos me guiem para mares tranquilos e emocionantes. E com tesouros, porque ninguém é de ferro e ganhar dinheiro é bom!