sexta-feira, dezembro 10, 2010

Stone Temple Pilots

 
Quando eu cheguei no Via Funchal, por volta das 19h30, nem parecia que em pouco mais de duas horas, uma banda clássica do Grunge tocaria, pela primeira vez, no Brasil, lá. Poucas pessoas esperavam na fila para entrar e a movimentação era pequena, bem inferior àquela que eu vi, uma semana antes, no show do Rammstein. E esta sensação ficou até por volta das 21h30, quando a casa, se não ficou lotada, pelo menos teve um público condizente com o tamanho da banda.

Com um pequeno atraso, o Stone Temple Piltots começou quebrando tudo com os acordes iniciais de Crackerman, clássico do Core. O palco, como é costume das bandas contemporâneas, foi super simples, apenas com um bandeirão vermelho ao fundo e algumas luzes, nada de fogos, pirotecnia e explosões, apenas o bom, velho e simples rock n roll, tocando em alto volume (certo, algumas vezes a guitarra sumia) baixo, guitarra e bateria, e nada mais.

Neste ponto mostra-se o forte da banda, um instrumental extremamente criativo e entrosado. Os irmãos DeLeo comprovam realmente que são uma das melhores duplas com as cordas, com menção especial ao Robert, o baixista que, além de tocar muito, mas muito mesmo, é carismático e estiloso, um verdadeiro rockstar. E tem ainda o Scott Weiland.

Para quem o viu com o Velvet Revolver (e em diversos vídeos com o STP), o Scott desta quinta estava irreconhecível. Entrou no palco com um terno muito bem cortado, parecendo mais o personagem Barney Stinson, da série How I Met Your Mother e, principalmente, sóbrio. Isto pode ser mais percebido nas diversas jams realizadas no decorrer do show, realizadas para ele poder recuperar o fôlego, já que o corpo cobra os excessos das últimas duas décadas. No lugar das performances alucinógenas, palminhas e vocalizações comportadas.

Mas e as músicas? Escolher um set list de pouco mais de uma hora e meia, para uma banda com a história do STP, é complicado, porque muita coisa boa fica de fora. Com apenas 3 músicas do regular álbum novo, entre elas a ótima Cinnamon e a já clássica cover do Led Zeppellin, Dancing Days, é difícil falar mal de um show que contenha Vasoline, Plush, Interstate Love Song, Sex Type Thing e Trippin' On A Hole In A Paper Heart.

Só que a banda poderia oferecer mais, muito mais. Eu, e muita gente, sentiu falta de Big Bang Baby, Lady Picture Show, Creed, Sour Girl e mais um monte.  Esta na verdade foi a maior falha deles, o set list é exatamente o mesmo das outras apresentações pela América do Sul, e também dos shows da América do Norte, neste semestre, sem deixar espaço para surpresas, o que faz perder um pouco a magia do espetáculo, pois uma das melhores partes de um show ao vivo é exatamente não saber quais as músicas que serão tocadas, e em que ordem.

Problemas a parte, foi um show muito acima da média, de uma banda com 20 anos de estrada, lotada de hits e com vontade de fazer rock n roll. Fica a dica pras bandas que estão começando e se acham muita coisa.

Um comentário:

Regiane Jodas disse...

Senti falta de Big Bang Baby e Creep, mas, esse show surpreendentemente entrou pro hall de um dos melhores shows que eu vi esse ano.
Foda!
Bjo Hiran