domingo, março 15, 2009

Who Watches the Watchmen?


A primeira coisa que eu pensei ao entrar na sala de cinema para assistir Watchmen foi a mesma coisa que pensei quando fui assistir Senhor dos Anéis: quadrinhos (ou literatura) e cinema são duas mídias completamente diferentes, e esperar que o filme venha a ser uma adaptação exata do original é uma tarefa impossível.

No caso do Watchmen, principalmente por se tratar de um quadrinho extremamente violento, denso e minucioso, não tinha como acontecer. Claro, pegar a obra originária e simplesmente adaptá-la, usando-a apenas como uma inspiração iria foder com tudo, mas eu sabia que isso não iria acontecer.

Primeiro, porque li uma entrevista com o diretor Zack Snyder que ele pretendia ser o mais fiel possível à obra de Alan Moore e Dave Gibbons e que, este segundo foi seu consultor no filme.

O segundo motivo foi que, já que entrei no cinema percebi que ninguém caiu na velha tentação de mudar a localização e a época em que a história original se passa. Originariamente ela se passa em 1985, época em que foi escrita, e o contexto histórico era a Guerra Fria com a União Soviética e o medo da guerra nuclear, que ainda bem não foi modificado.

E o engraçado é que se você parar para pensar, o roteiro é ridiculamente simples: todos os heróis mascarados foram proibidos de agirem e agora, de alguns anos depois, uma figura misteriosa que conhece as suas identidades secretas começa a matá-los, o que faz com que eles se reencontrem para tentar impedir isto. E, neste meio, estão todos os clichês possíveis e imagináveis, como o herói que fazia serviços sujos para o governo (Comediante), o herói que fica rico por causa do seu passado (Ozymandias), o herói que cai em depressão e não sabe o que fazer mais (Nite Owl), o herói que trabalha para o governo legalmente (Dr. Manhattan), a heroína gostosona (Spectre) e o herói que não aceita isso tudo e continua agindo na ilegalidade (Roscharch). Mas quem conhece o trabalho do Alan Moore sabe que clichês e histórias banais não existem para ele e, com esse roteiro aparentemente simples, ele criou uma das melhores obras em quadrinhos da história. Só para ter uma idéia, ela é a única obra em quadrinhos na lista da Times dos 100 melhores romances escritos no século XX.

Sobre o filme? A violência foi abrandada um pouco, mas as cenas de luta, os cenários e as roupas ficaram ótimas e os atores realmente representaram bem os personagens com destaque para o Jackie Earle Haley como o sociopata Roscharch e o até então galã romântico Jeffrey Dean Morgan como o Comediante. A fotografia é muito boa, a trilha sonora incrível, o filme se passa em um ritmo alucinante que você mal sente passar.

Agora, convenhamos, a atriz Malin Akerman no papel da Spectre está algo sensacional! Ela com o uniforme colado povoará os sonhos de 10 entre 10 nerds que assistirem ao filme. Porém, fetiches a parte, a cena onde ela faz sexo com o Nite Owl vestindo apenas uma bota de vinil que chega até o meio da coxa é para mexer com a cabeça de qualquer homem. Meu Deus, vem ser gostosa assim aqui em casa...



O Snyder conseguiu manter a fidelidade à obra (o que chegou até a ser criticado por alguns) diferentemente de outras adaptações como Liga dos Homens Extraordinários e Do Inferno, o que não significa que ‘leigos’ não gostem do filme, pelo contrário, é um ótimo filme de ação. Mas foi um filme feito para fãs, isso sim.

Um comentário:

Dani Valente disse...

Dessa semana não passa...rs!! Há tempos que o trailler me faz babar... to mto na pegada de assistir...