segunda-feira, agosto 03, 2009

O Bom e Não Tão Velho Rock n Roll

Quem me lê há algum tempo, sabe que esta não é a primeira vez que eu toco no assunto que o rock n roll dos anos 2000 está bundão. Toda a putaria, a bebedeira, a irreverência, a rebeldia e a diversão que era do rock migrou para as meninas cantoras. As páginas dos tablóides que antes eram preenchidos por grandes rockstars hoje apresentam nomes como Amy Winehouse, Britney Spears, Lily Allen entre outras. Praticamente acabaram-se os nossos ídolos junkies como Jim Morrison, John Bohan, Keith Moon e, mais recentemente, Kurt Cobain. Os que ainda estão na ativa são os bons e velhos de sempre, Keith Richards, James Hatfield, Scott Weiland, Ozzy. A nova geração trouxe apenas nomes ‘fofinhos’ e engajados, uma geração criada com leite de pêra e ovomaltine. Falar o que de caras como Chris Martin, Brendon Flowers, entre outros, que só bebem água com gás, são vegetarianos e, bobear, não comem ninguém. Isto porque eu nem citei os emos.

Neste domingo, sem porra nenhuma pra fazer e sozinho em casa, tirei da prateleira a auto-biografia do Mötley Crüe, que já tinha começado a ler algum tempo atrás, mas que encontrava-se esquecida. Aproveitando o clima, coloquei um show deles pra rodar no DVD, como trilha sonora da leitura.

Intercalando a leitura com o DVD, pois um show do Mötley Crüe não é apenas musical, é acima de tudo visual, percebi que é isto que está faltando nesta nova cena. Esta molecada nova precisa assistir alguns shows deles e ler pelo menos parte da história deles. Primeiro, que no show há tudo que precisa ter num show de rock: música alta, baixo+guitarra+bateria, riffs e letras grudentas, pirotecnia, interação com o público e mulheres, muitas mulheres (inclusive mostrando os peitos para a câmera).

Segundo, que os caras viveram, e bobearem ainda vivem, o mais perfeito ‘rock n roll lifestyle’. Eles tem a vida que ninguém deveria ter, a não ser que você seja um rockstar, com excessos em todos os sentidos e de todas as formas. Eles gravaram álbuns sem lembrar que gravaram, viravam noites na bebida, arrumavam brigas homéricas, são cobertos de tatuagens, e pegavam todas as mulheres possíveis e imaginárias. E elas, amavam e ainda amam os caras.

Nestas histórias de exageros, foram abandonados pelo empresário, que os chamou da ‘pior banda para se trabalhar que existe’, o Nikki Sixx morreu, ficou morto por alguns minutos, ressucitou, levantou-se e saiu do hospital, indo pra casa encher a cara, o Tommy Lee ficou famoso pela fita de sexo na lua de mel com a Pamela Anderson e pelas idas e vindas nos tribunais, por suas brigas.

Mas continuam vivos, mostrando para essa juventude emo, como uma banda de rock tem que se portar e viver. Ah, não gosta e não agüenta? Então não tenta brincar de roqueiro, vai tocar MPB e pede um copo de leite.

Fato, o indie, e agora o emo, mataram o rock n roll e, sem querem, o grunge começou com isso, com sua personalidade depressiva. Mas isto é outra história.



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